Logística

Confira os cuidados necessários para o transporte de peixes

Cuidados no acondicionamento são essenciais, uma vez que os produtos são escoados frescos ou congelados

A logística de distribuição da cadeia de peixes é bastante dinâmica, uma vez que os produtos são escoados frescos ou congelados. “O peixe precisa de rapidez e o que temos de mais rápido é o caminhão para o mercado interno e o avião para a exportação”, conta Francisco Medeiros, presidente-executivo da Peixe BR, associação que responde por 60% da produção nacional de peixes cultivados.

A piscicultura é uma das atividades do agronegócio que mais cresce no Brasil. O balanço de 2018 ainda está sendo fechado, mas a expectativa da Peixe BR, é de um aumento entre 10% e 13% na produção de tilápia e de até 2% na produção de peixes nativos. Se confirmado, esse acréscimo colocará a produção nacional em um volume superior a 770 mil toneladas, em comparação com as 691 mil toneladas de 2017.

O peixe mais produzido no país é a tilápia, que em 2017 respondeu por 51,7% da produção nacional. Em segundo lugar, estão os peixes nativos, que respondem por 43,7%. Neste segmento, o cultivo de tambaqui é o mais relevante. Por fim, estão as carpas e as trutas, com 4,6%.

A tilápia é produzida em quase todas as regiões brasileiras, com destaque para os estados do Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais e Bahia. Juntos, eles respondem por mais de 64% do cultivo nacional deste peixe, apontado como um produto de alta viabilidade produtiva e econômica e por isso o que tem liderado os novos investimentos no País.

“Inclusive estamos exportando a tilápia para os Estados Unidos e para o Canadá”, conta Medeiros. Já o tambaqui – principal produto comercial entre os peixes nativos – é cultivado em Rondônia e em Mato Grosso.

 

Confira como é feita a distribuição destes produtos

 

Tambaqui

Divulgação/Peixe BR

É comercializado fresco. O produtor tira o peixe da água, faz um choque térmico e o acondiciona em caminhões dentro de caixas com gelo para ser enviado para o frigorífico. “O peixe, quando bem acondicionado no gelo, tem uma vida longa, de 12 a 14 dias, ou até mais, conforme as boas práticas utilizadas”,conta Medeiros. A produção de Rondônia (77 mil toneladas) abastece os estados de Amazonas, Maranhão e Pará, enquanto a produção de Mato Grosso (60 mil toneladas) segue para Goiás, Distrito Federal e também para o Maranhão. “Normalmente esse transporte é feito em baús isolados, com temperatura de refrigeração”, explica o executivo. De acordo com ele, o motorista deve receber um treinamento para acondicionar o produto da maneira correta.

 

Tilápia

tilápia
Foto: Wenderson Araujo/CNA

É comercializada fresca ou congelada, dependendo do mercado comprador. O Nordeste, um grande consumidor desse peixe, compra o produto fresco. “A grande vantagem é que nessa região existem dois locais de produção: em Paulo Afonso (22 mil toneladas), que fica na tríplice divisa entre Pernambuco, Alagoas e Bahia e responde por 80% da produção do nordeste; e no Piauí, na divisa com o Maranhão. Dessas regiões saem as tilápias frescas”, conta Medeiros.

Já as regiões Centro-Oeste e Sul consomem o filé congelado ou fresco. O estado de São Paulo, maior comprador do país, consome especialmente o filé fresco. “Normalmente a logística entre a indústria e o supermercado é feita entre 3 e 4 dias”, diz Medeiros.

Já o filé congelado, produzido no Paraná, chega a todas as regiões do Brasil. “As grandes cooperativas, como C. Vale, Copacol e Aurora, entraram no mercado de tilápia congelada  porque já tinham uma logística de distribuição de frios pronta. Por isso conseguem enviar o produto para todo o país”, conclui o executivo.