Agronegócio

RenovaBio pode gerar R$ 1 trilhão de investimentos em 10 anos, diz governo

Para o diretor de Biocombustíveis do Ministério das Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda, o produto já demonstra benefícios no agronegócio

biocombustível
Biodiesel tem baixado os preços para o consumidor médio nas cidades, para os caminhoneiros e no agronegócio
Fonte: Agência Senado/ Foto: Governo Federal

A Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) proporcionará ao Brasil um ganho de R$ 1,2 trilhão, entre investimentos e economia, nos próximos 10 anos, disse nesta quarta-feira, 6, o diretor de Biocombustíveis do Ministério das Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda, em audiência na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT).

A audiência foi conduzida pela senadora Katia Abreu (PDT-TO), para quem o consumidor brasileiro já é extremamente beneficiado pelo RenovaBio. Isso porque o uso de etanol e biodiesel já proporciona uma economia de R$ 5 bilhões a cada ano nas bombas de combustíveis. Ela lembrou que os biocombustíveis já respondem por 53% da energia do setor de transportes. Lacerda concordou, dizendo que Brasil já não sobrevive sem os biocombustíveis.

‘O biodiesel tem baixado os preços para o consumidor médio nas cidades, para os caminhoneiros e no agronegócio [uso de tratores]. Sem eles, não existiria transporte neste país. E tudo isso com produção local, gerando emprego e renda aqui. E é bom lembrar que o Brasil não tem infraestrutura pra importar gasolina, por falta de portos suficientes, caso fôssemos substituir esta produção local. Hoje gastamos R$ 70 bilhões por ano importando gasolina, mas entendo que estes recursos podem ser economizados nos próximos anos’, informou Lacerda.

Ganhos ambientais

A bioquímica Glaucia Mendes, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), apresentou um estudo publicado na revista científica britânica Nature demonstrando que o etanol brasileiro pode, até 2045, substituir 13% do consumo de petróleo em todo o mundo. Pode também contribuir com uma queda de 5,6% nas emissões de carbono mundialmente, no mesmo período.

João Adrien, chefe de Assuntos Socioambientais do Ministério da Agricultura, por sua vez, apresentou ainda um estudo do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São paulo (USP), mostrando que os incrementos produtivos na agricultura tropical brasileira proporcionaram ganhos ambientais equivalentes à preservação de 150 milhões de hectares de terra.

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