Agronegócio

Em reunião do Brics, Tereza Cristina reforça sustentabilidade do agro

Ministra participa de encontro com representantes dos outros países do bloco em Bonito (MS)

Brics
Foto: Guilherme Martimon/Mapa

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, reforçou, nesta quarta-feira, 25, a sustentabilidade ambiental da agropecuária brasileira. Em Bonito (MS), em discurso de abertura da 9º Reunião de Ministros da Agricultura do Brics – bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – e distribuído à imprensa, ela disse ter “muito orgulho” da sustentabilidade econômica e ambiental da agricultura brasileira.

“Trabalhamos incessantemente para promover iniciativas como a recuperação de pastagens degradadas, a ampliação das áreas de plantio direto, a integração lavoura-pecuária-floresta, a adoção de técnicas de fixação biológica de nitrogênio e o uso de tecnologias de tratamento de resíduos animais”, mencionou. Ela comentou que a agricultura brasileira é baseada em inovação, que “viabiliza crescentes ganhos de produtividade”.

Acrescentou, ainda, no discurso, que “agricultura, agroindústria e bioeconomia podem e devem ser sinônimo de desenvolvimento, geração de renda e oportunidades”. Por isso, advertiu ser “crucial” considerar agricultura e segurança alimentar conjuntamente às questões de comércio agrícola. “O protecionismo em países desenvolvidos tem ameaçado a viabilidade de uma revolução verde em países em desenvolvimento, por expô-los à competição injusta de bens subsidiados e por negar acesso a mercados consumidores importantes”, criticou.

A ministra lembrou também que um comércio agrícola “de fato livre e justo” permitiria a disseminação de melhoria das condições no campo. Assim, para ela, o protecionismo ameaçaria até mesmo a inovação, “vetor de desenvolvimento que se encontra hoje sob ameaça das práticas, talvez até bem intencionadas, mas com amplos efeitos nocivos, de países ricos”, mencionou, no discurso.

“À medida que alguns países desenvolvidos abandonam os princípios baseados em ciência na regulação da produção e do comércio de alimentos, não apenas o comércio justo é penalizado, mas todo o ecossistema de inovação que nos permitiria alimentar mais pessoas com o emprego de menos recursos”, discursou Tereza Cristina, que complementou: “Ao desinformar consumidores, ceder a grupos de pressões e se afastar das regras multilaterais, certos atores importantes prejudicam os mesmos objetivos que dizem proteger: o desenvolvimento dos mais pobres; o acesso democrático a alimentos de qualidade; e a preservação do meio ambiente”.

Para Tereza Cristina, “um sistema global regulado apenas em benefício dos países ricos não é do interesse dos produtores e consumidores de alimentos em todo o mundo – e também não é do interesse do Brasil”.

A 9ª Reunião dos Ministros da Agricultura do Brics começou nesta quarta e prossegue até quinta, 26, em Bonito (MS). O tema central do encontro é a inovação tecnológica na agropecuária no contexto do aumento da população mundial e da demanda por alimentos. Os ministros do Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul debaterão questões relacionadas à segurança alimentar e sustentabilidade ambiental em âmbito regional e global. Ao fim do encontro, será assinada a Declaração de Bonito.

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